Mãe entrega seus filhos ao DPO de Itaipuaçu

Em um ato de desespero e coragem, uma empregada doméstica, de 37 anos, denunciou, na manhã de sábado (18), seus dois filhos ao Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) de Itaipuaçu, em Maricá. Aos PMs, a mãe revelou que ambos praticavam furtos e seriam usuários de drogas, como maconha e crack. O estopim do sofrimento se deu quando L., de 21 anos, e X., de 16, passaram a levar inúmeros objetos furtados para dentro de casa. Preocupada com o que poderia acontecer e não concordando com a atitude, ela, então, se antecipou e pediu ajuda aos policiais, que foram até a residência e encontraram os jovens.Entre os objetos estavam celular, bomba de sucção, video game, aparelho de DVD, caixa de ferramentas, maquita, sanduicheira, uma espingarda de ar comprimido e outras peças. De acordo com os policiais que fizeram a ocorrência, sargento Alcoforado e cabos Ernesto e Luiz, havia, ainda, um um aparelho de televisão e um computador portátil dentro da casa onde a família mora.

Muito assustada com a situação, ela explicou que o filho mais velho morava com o pai em Ilhéus, na Bahia. Usuário de drogas há tempos, teria - afirmou - influenciado o menor de 16 anos. No DPO, os irmãos estavam acuados e se contradiziam.Enquanto conversavam com a reportagem do O SÃO GONÇALO, eram observados pela mãe, que parecia não acreditar no que estava vivendo. L. confessou ser usuário de maconha, somente, e que já havia furtado R$ 50 de um homem, quando morava em Ilhéus.
“Eu vim da Bahia porque briguei com um homem e fiquei com medo de morrer. O meu único vício é a maconha e não participo desse furtos com meu irmão.Confesso que uma vez furtei um homem, que esqueceu o dinheiro em cima da mesa de um bar. Mas, nessa história toda, eu não tenho nada a ver. Falei, inclusive, para ele (irmão) sair dessa vida e vir trabalhar comigo como ajudante de pedreiro. Eu não tenho culpa em nada disso”, defende-se, sendo desmentido pela mãe.

                                            ‘Hoje, está tudo descarado’

Eu não aguento mais. Olha o que tive que fazer com meus filhos.Dizia para eles devolverem tudo isso, mas não adiantou. Estava desconfiada de que estavam usando drogas, já que encontrei algumas vezes maconha no meio das coisas deles. Mas nunca os vi fumando. Hoje em dia está tudo descarado. Eu brigo com eles e dizem que fumam mesmo. O L. é agressivo e já tentou me agredir uma vez. Acredito que se drogue há uns cinco anos. Já o mais novo deve ter pouco tempo. Ele (X.) não quer mais nada na vida. Todo dia aparecia uma coisa diferente dentro de casa e eu brigando com eles, dizendo que tinham que devolver. Diziam que tinham comprado, mas com que dinheiro? Eles não trabalham e dizem que não roubam. Se vocês não roubam,quem então faz isso? Eu, que trabalho o dia inteiro? Muita gente já tinha vindo no meu portão dizer que só não tinha acontecido algo de pior com eles e até comigo porque me consideram muito. Hoje estou com medo. Minha vontade é pegar minhas coisas e ir embora daqui com meu filho mais novo, de 13 anos. Não tinha necessidade disso tudo estar acontecendo. Eles não precisam roubar. Eu trabalho muito para colocar as coisas dentro de casa e o que eu tenho em troca é isso que vocês estão vendo. É muito duro passar por tudo isso.

                                                  Vítimas foram à delegacia

O menor X., segundo a empregada doméstica, desde que entrou na vida de crimes, passou a ter um comportamento diferente e abandou a escola há três meses. Depois de rebater as acusações da mãe, X. afirmou que os furtos foram feitos por ele próprio, e que o irmão mais velho não está envolvido.
Algumas das vítimas furtadas estavam na porta do destacamento policial para reconhecer os jovens e disseram que já sabiam do histórico de furtos dos meninos.
“O que eu sei é que, quando cheguei na minha residência, a porta estava arrombada e a casa revirada. Daí, fui dar falta da minha espingarda de ar comprimido. Algumas pessoas viram quem furtou, que não foi o menor. Mas, no final da história, a arma estava guardada na casa dele”, conta C., de 53 anos, que afirmou também ter desaparecido da sua casa uma caixa de cerveja e material de pesca.A televisão, segundo ele,os ladrões não conseguiram levar e deixaram em cima da cama.
O perfil de ação, pelos depoimentos das vítimas, é o mesmo em todas as ocasiões. Os irmãos esperam a casa ficar vazia e entram para levar os objetos. A., de 35 anos, outra vítima, e disse que de sua casa foram levados máquina de cortar grama, furadeira e vidros de perfume.
“Eu saí para trabalhar e, quando cheguei, a porta estava arrombada. Aí, dei falta das coisas, que foram encontradas na casa deles”.
Os crimes foram registrado na 82ª DP Maricá.


O São Gonçalo

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