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Greve no Comperj causa tumulto e deixa três operários feridos

Funcionários terceirizados do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) realizaram um protesto na manhã desta sexta-feira que terminou com dezenas de trabalhadores feridos. Segundo a polícia, três deles precisaram ser levados ao hospital com ferimentos sem gravidade. Mas a versão que circula entre os funcionários do polo é diferente. Nela, até duas pessoas teriam morrido. Um teria passado mal e enfartado, já o outro teria sido atingido com uma paulada na cabeça. Até o fechamento dessa edição, não havia sido confirmados, por fontes oficiais, nenhum óbito em decorrência do protesto.
Segundo trabalhadores que não quiseram se identificar, a confusão começou por volta das 10h15, quando funcionários da Alusa, uma das empresas que operam dentro do Comperj, decidiram fazer uma paralisação e passaram a coagir outros grupos de trabalhadores a aderir ao movimento. Caso eles se recusassem seriam agredidos com pedaços de madeiras, pedras e até ferramentas de trabalho. Porém os trabalhadores do Consórcio Techint - Andrade Gutierrez (TE-AG) se recusaram a participar da paralisação, o que deu início ao enfrentamento.
De acordo com o delegado da 71ª DP (Itaboraí), Wellington Vieira, há dias um grupo de aproximadamente 30 pessoas estaria provocando tumulto dentro do Comperj. E na sexta-feira esse mesmo grupo obrigou os outros trabalhadores a parar suas atividades. Foi instaurado um inquérito policial para apurar o caso. A polícia trabalha com os crimes de invasão de obra pública, paralisação do trabalho coletivo, formação de quadrilha, dano ao patrimônio público e lesão corporal. Essas penas somadas chegam a 15 anos de prisão.
“O objetivo do inquérito é identificar os lideres desses atos de vandalismo, e uma vez identificados, pedir a prisão dessas pessoas. Eu já pedi as filmagens do dia de hoje para a Petrobras, e desde a hora em que aconteceu o fato nós estamos ouvindo testemunhas” informou o delegado Wellington Vieira.
Segundo o delegado, três pessoas ficaram feridas, um segurança do Comperj e dois funcionários de consórcios. Wellington Vieira não descarta a participação de integrantes de sindicatos nesse grupo. Ao longo da semana outras pessoas serão convocadas para prestar depoimento na 71ª DP (Itaboraí).
Hoje seria restituído o segundo dos 11 dias de greve que os operários dos consórcios do Comperj realizaram em novembro de 2011. A categoria busca melhores condições de trabalho e reajuste salarial de 18%. Com a confusão de ontem parte dos funcionários teme ter suspensas gratificações como adiantamento salarial e participação dos lucros.
Segundo Gustavo Luis Silva, de 33 anos, um funcionários do Comperj que estava lá no momento da confusão, o rumor sobre a morte de pelo menos uma pessoa começou a correr quando eles deixavam o local depois do conflito.
“Foi uma confusão generalizada, teve ônibus apedrejado. De repente um começou a ligar para o outro falando que alguém tinha morrido. Para todo mundo ligar e falar é porque alguma aconteceu”, comenta o funcionário.
Gustavo afirma que foram mais de 40 pessoas que ficaram feridas e foram levadas para a enfermaria do polo. Ainda de acordo com o funcionário, um trabalhador que havia sido demitido na greve de novembro estaria no local no momento do conflito e acabou agredido.
Em nota a Petrobras, afirma que ”ocorreu uma manifestação de trabalhadores de empresas contratadas das obras do Comperj. Houve paralisação das atividades no dia e os trabalhadores foram liberados. Foram registrados atendimentos médicos sem gravidade e a situação está controlada.”


O Fluminense

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